sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Há quanto tempo!

NOSSA! Dei-me conta de que não escrevia há muito tempo! É que a vida anda corridíssima, com trabalho inclusive aos fins de semana. E com muita variedade de línguas, temas, etc., o que complica um pouco mais nossa vida, pois há que estudar, ver glossários, essas coisas.
Amanhã, por exemplo, vou traduzir um grande educador espanhol. Mas como já fiz várias coisas relacionadas à educação, acho que vai ser mais "light"...
Hoje foram dois uroginecologistas (um chileno e um argentino) falando de prolapso do útero, incontinência urinária e os novos métodos para correção desses problemas. Com direito a cirurgias na tela, etc. Nem sempre eu consigo olhar.
Enfim, acho que a cronologia belga com a continuação do início de minha vida na Bélgica e de meu trabalho para as instituições européias vão ficar para uma próxima...

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Cronologia e atualidade

É difícil ater-me à cronologia, com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Na semana passada, por exemplo, depois de um dia falando de gerenciamento de projetos, à noite acabei no evento Yoga para a Paz, organizado por minha ex-colega de colégio Márcia de Lucca, a quem não via há muito tempo, com um guru indiano explicando o que é o darma, etc. Fizemos até uma meditação em cabine, e acho que depois do relaxamento cheguei a dormir... Mas o cômico foi o contraste... Bem, coisas desta profissão. Nesta segunda, já falei de indicadores de qualidade em Inglês e de Semiótica em Francês (nessas horas a formação em Filosofia ajuda!).
Mas voltando à vaca fria, ou melhor, a Bruxelas: lá cheguei com minhas malinhas. Tinha reservado um hotel daqui e quando o motorista de táxi ouviu o endereço, disse-me que não era lugar para moças de família. Com isso, acabou me levando a um hotel perto da sede da Comissão, o famoso edifício Berlaymont, construído sobre um antigo convento das Cônegas de Santo Agostinho, da mesma congregação dos colégios onde estudei por aqui.
O hotel, que já não existe mais, chamava-se Archimède, em homenagem à rue Archimède. Passei lá a noite e no dia seguinte saí para procurar um banco para trocar dinheiro e pagar o hotel (tempos heróicos, aqueles, onde quase não se usava o cartão de crédito). Lá ouvi duas moças conversando em Português com um dos caixas, um senhor de Cabo Verde que acabou ficando meu amigo. E eles me deram o endereço de um aparthotel, obviamente muito mais adequado para estadias mais longas (e mais barato também). Tive sorte e arranjei um flat naquele dia mesmo! Começava bem um dos melhores períodos de minha vida.
Em seguida, fui tentar marcar uma entrevista com minha conhecida e agora amiga Catriona White.
Como não tinha transferido meu domicílio profissional para Bruxelas, demorei um certo tempo para começar a trabalhar. Cerca de seis semanas, se não me engano. Mas depois disso comecei a trabalhar praticamente todos os dias até o final do semestre.
Logo, logo conto mais.

domingo, 10 de agosto de 2008

Volta à cronologia

Só hoje dei-me conta de que não escrevia há muito tempo. Bem, confesso que o fato de não haver comentários também me desanima um pouco.
Mas voltando à cronologia: desanimei com as poucas perspectivas imediatas em Bruxelas, e decidi voltar ao Brasil. Só que a situação por aqui tampouco ia bem. Foi a famosa década perdida de 80, em que o Brasil - depois de um crescimento extraordinário na década de 70 - começou a patinar. Inflação, ou melhor, estagflação, que é o pior dos mundos: inflação sem crescimento. Quem tinha dinheiro em aplicações ainda conseguia defender-se, mas eu comecei a achar que não havia futuro para minha geração. Trabalhava muito, sobretudo com traduções escritas, sempre "para ontem", mas achava que não chegaria a lugar algum. Trabalhava fins de semana, varava noites, mas não me convencia. Assim, comecei a acalentar a idéia de ir-me embora. Custou, pois não é fácil simplesmente fazer suas malinhas e ir, mas foi exatamente isso que eu fiz.
Fiquei sabendo que a Comissão e o Parlamento estavam precisando de intérpretes de língua portuguesa, e fui até Bruxelas em 1985 para ver como estava a situação. Disseram-me que já havia muitos brasileiros no staff, e que só poderiam me contratar como free-lance. Isso me desanimou um pouco, pois havia toda a questão de autorizações de residência, etc., mas decidi ir tentar a sorte. Assim, num belo dia 10 de janeiro de 1988 embarquei para Bruxelas, sem conhecer lá mais que meu ex-namorado - que nesse meio tempo tinha se casado com outra - e Catriona White, que foi muito generosa comigo e me convidou para várias coisas logo que cheguei lá.
Mas isso é uma outra história que fica para uma outra vez...